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quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

236. Casa Valduga Reserva - Moscatel - 2011

Antecipamos o Natal com o compadre Fabiano para o domingo em um animado churrasco. Sobre o almoço basta citar algumas das carnes para entender o nível altíssimo proporcionado pelo anfitrião: carré de carneiro, fraldinha na mostarda e bife ancho. Nesta deliciosa extravagância gastronômica a cerveja gelada foi o acompanhamento perfeito. Evidente que abrimos uma garrafa de vinho, mas esta história é para outro post. Nosso grande confrade Ernesto também estava presente e me agraciou com um espumante nacional de ótima qualidade: o Casa Valduga Reserva Moscatel. Aproveito para reforçar meus votos de um excelente 2013 para os dois camaradas e suas famílias!
Produzido com uvas Moscato Gialo, no método Asti, é boa opção para acompanhar sobremesas, frutas e outros petiscos descompromissados. Com perlage fino, acentuado e constante, destaca-se pela limpidez e frescor visual. Aroma discreto trazendo frutas brancas cítricas. É de paladar leve, fresco, com acidez e doçura equilibrados se servido na temperatura correta (entre 4 e 6 graus).
Foi servido antes da ceia de Natal, paralelamente a um Lambrusco Dell'Emilia - Bianco Amabile, e recebeu de maneira unânime os votos de predileção. Venceu de "lavada".

Em tempo: O método Asti consiste em interromper a fermentação quando se atinge entre 7 e 10% de alcool, deixando assim uma quantidade de açúcar residual na casa de 60 a 80 gramas por litro (relembre aqui a classificação dos espumantes quanto a sua "doçura").


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quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

233. Salton Brut


No final de 2011 prometi que colocaria mais postagens sobre espumantes e afins aqui no blog. Não que eu tenha passado em branco as festas de final de ano, mas escrever sobre eles me pareceu uma tarefa bastante difícil. A época que são lembrados e bebidos está chegando novamente, assim decidi voltar a carga e estourar algumas rolhas.
Quando meu irmão Wesley chegou para o almoço de domingo abraçado em um saco gigante com ostras, visualizei a possibilidade de fazer a famosa e didática harmonização entre frutos do mar e espumantes. Confesso que sempre associei as ostras a cerveja bem gelada na beira da praia. Mas funcionou bem e até mesmo o velho e bom cervejeiro aprovou a combinação.
Este espumante da Salton é produzido a partir das uvas Chardonnay e Riesling com o método Charmat (este processo consiste na segunda fermentação em tanques pressurizados  enquanto que no método Champenoise a segunda fermentação é feita na própria garrafa). Na taça cor brilhante de um palha de média tonalidade. Boa formação de espuma e bolhas. Aromas discretos de flores e frutas cítricas. Na boca é seco, acidez interessante e bastante refrescante. 
Outra questão que sempre causa dúvida é com relação a característica Brut, Extra-Brut, Demi-Sec, etc. Esta classificação refere-se a quantidade de açucar em gramas por litro e a ordem do "seco" para o "doce" é a seguinte:
- Nature: 0 grama/litro de açúcar
- Extra-brut: até 6g/l de açúcar
- Brut: até 15g/l de açúcar
- Extra-dry: entre 12-20g/l de açúcar
- Sec: entre 17-35g/l de açúcar
- Demi-sec: entre 33-50g/l de açúcar
- Doux: acima de 50g/l de açúcar

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sexta-feira, 15 de junho de 2012

209. Lunar - Cabernet Sauvignon - 2010

Venho deixando este post no final da lista de publicações já faz quase um ano. Isto porque escrever que não gostei de um determinado vinho é muito chato. Neste caso específico ainda carrego o pesado fardo da vergonha, pois levei esta garrafa para um almoço de domingo na casa de meus vizinhos. A comida estava ótima, mas o grande diferencial foi a companhia, pois o Everton e sua esposa Rosane, são incrivelmente simpáticos, atenciosos, prestativos e bem-humorados. Além disso a pequena Beatriz é sem dúvida a melhor amiga do Felipe. Ter vizinhos como eles é como ganhar na loteria, precisa de muita sorte. Talvez todos estes itens positivos tenham minimizado um pouco a impressão negativa deste rótulo nacional.
O vinho na taça é até bonito, com coloração escura sem transparência. Ao circular o líquido nas paredes da taça é onde começam os problemas. Além de não formar lágrimas ele escorre de maneira muito irregular, formando figuras e formatos que normalmente não vemos. Apresenta pouco corpo. No olfato as notas vegetais estão em destaque, assim como a fruta "morangos não maduros". Outras notas ainda mais verdes compõem o bouquet. Na boca é onde o desencanto é maior, acidez exagerada e os taninos travam as papilas gustativas de forma muito destacada. O retro gosto é curto, seco e adstringente. Definitivamente não é o estilo de vinho que gosto.

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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

176. Casa Valduga Premium - Gewurztraminer - 2011

Qualquer que seja o vinho que passe no teste de apreciação da Karla merece destaque. Já comentei em outras postagens que o sistema de análise desenvolvido por ela é extremamente eficiente. É direto pela dicotomia em sua essência: gostou ou não gostou. Sem os famosos "poderia ser que...", "talvez o momento...", "o conjunto não está totalmente equilibrado..." etc e tal. No caso deste Casa Valduga fiquei impressionado pois ele recebeu um pontuação máxima, pois além de gostar recebeu um muito bom!
Brincadeiras a parte, a essência de beber vinho reside pontualmente nesta simples fórmula: o bom vinho é aquele que você gosta. Não importa se é novo, velho, branco, tinto, seco ou suave, simplesmente precisa agradar seus sentidos e trazer sensações agradáveis.
Este rótulo em especial trouxe ótimas lembranças de nossa visita a vinícola da Serra Gaúcha. Degustamos muitos vinhos etroxemos várias garrafas, mas nunca fiz um post sobre elas. Façamos justiça agora. Na taça mostrou uma bela coloração amarelo palha muito brilhante e límpido. Os aromas são intensos com florais trazendo jasmins, rosas e flor de laranjeira. Leve, macio, equilibrado e com muito frescor. Um excelente acompanhamento para entradas com queijos brancos, saladas e pratos pouco condimentados. Mesmo que não consiga pronunciar o nome desta uva você deve experimentá-la pelo menos uma vez.


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sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

167. Miolo - Gamay - 2011

Recentemente conversei com um conhecido que entre as muitas bobagens que falou, deu a entender que escolhe os vinhos pelo preço. É evidente que não podemos negar que a qualidade tem seu custo e na maioria das vezes não é pequeno. Porém, iniciar a análise do rótulo considerando apenas seu preço e status junto aos "pontuadores" internacionais não me parece muito sensato. O recente escândalo envolvendo Jay Miller, pupilo de Robert Parker (Wine Advocate), que foi pego aceitando viagens e outras mordomias em suas visitas a famosas vinícolas, levantou a lebre sobre os sistemas de avaliação. A experimentação de vinhos é uma experiência sensorial singular e gostar ou não é uma opinião muito particular. Devemos ter sempre em mente que o melhor vinho é aquele que gostamos.
Fiquei impressionado com a publicidade feita aqui em Curitiba sobre a chegada da safra 2011 do Beaujolais Nouveau, onde as garrafas deste vinho leve e jovem foram vendidas sempre acima dos R$100. Quando eu bebericar um destes comentarei a história bacana que envolve este tipo de vinho francês. Quanto ao nosso Miolo Gamay a relação com o primo europeu está em sua uva. Feito para ser bebido ainda jovem, apresenta cor rubi com muito brilho. Os aromas de frutas vermelhas estão em destaque com algumas notas florais mais discretas. Ao paladar é leve, ligeiro e fresco. Pouco corpo com final curto e adocicado. Para quem gosta de beber vinho tinto mesmo no verão (como eu) é uma ótima pedida. Outra dica é resfriá-lo um pouco mais do que o normal. Paguei a pechincha de R$17 na Adega Brasil aqui em Curitiba.


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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

147. Conde de Foucauld - Demi-Sec


Realmente estou me jogando de cabeça no projeto Vinhos de Praia! Para aqueles que acompanham o blog a aparição repentina de vários rosés certamente foi uma surpresa. Agora, sem mais nem menos um espumante nacional... Apesar de minha predileção escancarada pelos tintos, estou tentando quebrar algumas barreiras e experimentar um pouco mais. Também achei bacana a oportunidade de colocar o primeiro rótulo da Vinícola Aurora, que visitamos em nosso passeio pela Serra Gaúcha em 2010 (veja o post aqui). Atualmente é a maior vinícola do Brasil e possui uma característica muito interessante de estar situada em uma região bastante central da cidade de Bento Gonçalves. Trabalha no conceito de cooperativa possuindo 1.200 produtores com uma gama de produtos invejável que abrange as marcas Marcus James, Clos des Nobles, Conde de Foucald, Domaine Saint Germain, Casa de Bento, Keep Cooler, Country Wine e Sangue de Boi.
O Conde de Focauld - Demi Sec é produzido a partir das uvas Riesling e Semillon utilizando o método Charmat. Possui cor amarelo-palha com nuances esverdeadas e ótima formação de perlage (borbulhas). Com aroma discreto lembra frutas cítricas. Refrescante, levemente adocicado e com boa acidez. Realmente atrativo é seu preço na faixa de R$15.

Em um lampejo saudosista me deu vontade de relembrar o passeio completo pelas vinícolas da Serra Gaúcha (relembre aqui).

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quarta-feira, 12 de outubro de 2011

137. Almadén - Cabernet Sauvignon - Rose - 2010

Já estamos em outubro e começo a pensar nos vinhos que preciso selecionar para nossa viagem de final de ano. Como estaremos na praia a pedida certamente ficará para os espumantes, brancos e rosés. Isto se torna uma ótima oportunidade para enriquecer o blog com raros exemplares que pouco passam por aqui. Analisar estes tipos de vinho não é tarefa fácil pois são leves, rápidos e com características sensoriais muito mais sutis do que encontramos nos tintos. Então vamos ao ponta pé inicial do Projeto Vinhos de Praia !
Para começar escolhi um rosé nacional, feito pela Almadém e com um preço quase irresistível (R$12). A Vinícola Almadén fica na Região da Campanha Gaúcha (compreende os municípios de Santana do Livramento Candiota, Hulha Negra, Bagé, Dom Pedrito, Quarai, Alegrete e Uruguaiana), próxima ao Cerro de Palomas. Fazendo divisa com Rivera no Uruguai e situada no paralelo 31º Sul possui inverno muito rigoroso e verão seco e quente. O solo de maneira geral é arenoso, profundo e muito bem drenado, o que ajuda a produzir uvas com boa acidez e grande concentração de açúcar.
Na garrafa, com tampa tipo rosqueável (screwcap), mostra uma coloração cereja clara e brilhante. O aroma é discreto com morango, maçã e alguma nota vegetal ao fundo. Na boca é levemente picante, com boa intensidade e final curto. Mostrou ótima acidez e o álcool não incomoda nem um pouco.
Já comentei outros vinhos da Amadén como o Tannat (relembre) e o Riesling (relembre). Este último também pode ser uma ótima opção para o verão, com ou sem praia.


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sexta-feira, 1 de julho de 2011

108. Durigan - Merlot - 2009

Já comentei outro rótulo da Durigan (relembre) aqui no blog. Naquela oportunidade havia experimentado o Cabernet Sauvignon e não foi totalmente aprovado pelo meu paladar. Retornamos recentemente na loja para comprar "quentão", pois iremos comemorar o aniversário de dois anos do Felipe com uma festinha junina. Aproveitando a visita e decidido a dar uma nova oportunidade a Durigan, comprei um Merlot com safra 2009 por R$17.
A história da família Durigan, que chegou ao Brasil em 1845 vinda de Treviso, é muito parecida com a maioria dos imigrantes italianos que desembarcaram no porto de Paranaguá. Inicialmente instalaram-se no litoral mas como as condições climáticas, geográficas e também as características do solo não ajudavam nas principais culturas, estes italianos decidiram subir a serra em direção a Curitiba. Mesmo com diversas dificuldades conseguiram prosperar e adquirir alguns lotes na colônia de Santa Felicidade. Infelizmente o site da Durigan não inforam detalhes da evolução da família e da vinícola, mas certamente a produção inicial de vinho era artesanal e para consumo próprio. Atualmente a loja é uma atração turística importante de Curitiba e além dos vinhos, grapas, espumantes, sucos, oferece uma grande quantidade de produtos coloniais como queijos, salames e compotas.
Quanto ao vinho que comprei mostrou-se melhor que o anterior. Na taça a mesma cor fechada porém com aromas mais frutados. O bouquet evolui muito bem com alguns minutos de espera e aida mostrou notas defumadas e com madeira no final de taça. Na boca, diferente do nariz, continua com a linha mais agressiva que pode não agradar a todos os paladares. É bastante tânico e rústico, deixando um certo amargor no retrogosto. Mostrou final médio e uma acidez acentuada que pode ser amenizada com alguma combinação gastronômica mais robusta. Uma pasta com molho ragu ou uma lasanha bolonhesa certamente combinam.

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quarta-feira, 13 de abril de 2011

Almadén - Riesling - 2010

Enquanto preparava o vinho para ficar na temperatura certa, pensava na palavra mudança.
Mudar nossa rota no campo profissional nunca é fácil, mas normalmente é mais simples do que imaginamos. Não existe um botão que apertamos para alterar nossa carreira e sim uma série de ajustes e parâmetros que devem ser redefinidos. O ponto principal neste processo está na atitude. Sendo a mudança um escolha ou uma imposição precisamos agir de maneira lógica, tranquila e flexível. É preciso entender e considerar este momento como uma oportunidade única de se "reinventar", não somente no campo profissional mas também crescer como pessoa. Olhar para trás percebendo que saiu da perigosa zona de conforto imposta pela rotina e agarrar as novas oportunidades que se apresentam. É no vento das mudanças que muitas vezes encontramos a direção correta. Ah sim... o vinho! Vamos a ele então.

No visual mostra um amarelo muito claro quase transparente. Ao nariz traz alguma nota cítrica sutil. Na boca é leve, seco e com ótima acidez. Possui pouca persistência e o retrogosto traz algum amargor, mas nada que incomode. É um vinho muito simples, compatível com seu preço de R$12.

O vídeo abaixo demonstra a mudança da identidade visual da Almadén e caiu como uma luva nesta postagem. Um brinde a todos!


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domingo, 6 de março de 2011

RAR - Collezione Merlot - 2009

Já comentei outro RAR aqui no blog (relembre) e realmente o cuidado com que este rótulo é produzido fica claro em cada detalhe. Este empreendimento da Miolo Wine Group traz as uvas produzidas na fria região de Muitos Capões, nordeste do Rio Grande do Sul, para vinificação na Serra Gaúcha.

A garrafa possui um belo visual sóbrio, discreto e charmoso. O material metálico da cápsula e a longa rolha de curtiça maciça completam o elegante conjunto.
É de vermelho ruby muito escuro com lágrimas espessas que mancham as paredes da taça. No nariz traz muita amora, fruta vermelha madura e alguma nota de madeira. Possui bom corpo com acidez na medida e taninos marcantes. A adstringência característica do terroir onde é produzido mais uma vez fica evidente. Também chama atenção o final prolongado e persistente.
Esta garrafa foi mais um presente do compadre e confrade Fabiano.


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segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Almadén - Tannat - 2009

A Almadén foi fundada na Califórnia (EUA) em 1852 e está no Brasil desde 1973. Atualmente pertenca a Miolo Wine Group e seus vinhedos, com cepas de mais de 30 anos, estão localizados na região da campanha no Rio Grande do Sul.
Nesta garrafa o que chama a atenção é o contra-rótulo que possui diversas informações sobre a vinícola, o vinhedo e também sobre o vinho. Indica inclusive que ele não passa pelo processo de estabilização e a pouca filtragem a que é submetido pode gerar resíduos (borra) no fundo da garrafa. Além da sugestão de 16 graus como temperatura ideal de serviço, demonstra um gráfico com uma curva qualidade x tempo de guarda. Neste indicador observa-se que o período de consumo ideal é de um ano e meio após engarrafado.
Apresenta cor rubi fechada, um pouco opaco com certa turbidez. Com um pouco mais de tempo na taça sua coloração melhorou e mostrou mais brilho. As lágrimas também demoraram a aparecer, de forma tímida, em pequenas quantidades e finas. No nariz muito discreto e pouca fruta. Predominam as notas vegetais: pimentão, menta e cassis. No paladar também é bastante descomplicado e de estrutura média. É um vinho "rápido", pois assim como seu bouquet, que desaparece rapidamente, sua persistência na boca é curta e o retrogosto quase inexistente. Os taninos e a acidez, como todo conjunto, são bastante contidos. Esta garrafa comprei no Carrefour por R$13.
Uma curiosidade é que este vinho possui tampa rosqueável ou screwcap. Porém, o mais interessante é que a maioria das pessoas não sabem utilizá-la. Suam a camisa e avermelham as mãos fazendo extrema força para girar a tampinha, quando na verdade deveriam girar a base da cápsula.

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terça-feira, 21 de setembro de 2010

Don Ziero - Vintage - 2002

A safra de 2002 no Rio Grande do Sul foi muito boa em virtude das condições climáticas favoráveis. Este vinho ficou durante o primeiro ano em tanques de inox para estabilização. Posteriormente foi transferido para barricas de carvalho europeu onde permaneceu mais 36 meses. As 5.500 garrafas produzidas ainda descansaram por mais um ano nas caves da vinícola até Don Lídio Ziero considerar o vinho perfeito.
O termo vintage normalmente é utilizado para identificar a alta qualidade de um vinho, desde a colheita até sua produção. Além de caracterizar a capacidade de envelhecer dentro da garrafa, neste rótulo previsto até 2015. Este fator (envelhecimento), somado ao elevado teor de açucar e álcool (18%), identificam um vinho licoroso.
O início da vinivicação é semelhante a dos vinhos tranquilos, onde as uvas são selecionas, desengaçadas e prensadas. O processo de fermentação transcorre por tempo suficiente para formação de 8 ou 9% de álcool. A fermentação normalmente é interrompida (adicionando S02), o que garante altos teores de açúcar nesse tipo de vinho. Posteriormente é adicionada aguardente vínica para atingir seus poderosos 18% de graduação alcóolica.
Sobre o SO2 (Dióxido de Enxofre), também conhecido como anidrido sulfuroso, é utilizado para parar a fermentação do vinho. Suas características desinfectantes, anti-sépticas e anti-bacterianas inibem o desenvolvimento das leveduras e bactérias responsáveis pelo processo. Em alguns rótulos existe a identificação de INS 220 ou Conservante PV, o próprio SO2. Um dos efeitos secundários desse conservante em nosso organismo é a enxaqueca ou cefaléia.

Quanto ao nosso Don Ziero Vintage, mostra muita força e complexidade. Encorpado, porém muito macio, certamente pelo período prolongado nas barricas. Possui aromas de madeira, baunilha, caramelo e mel. É uma ótima opção para encerrar um refeição especial.
Adquiri esta garrafa na loja da Cordelier na visita ao Vale dos Vinhedos por R$49.


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quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Don Guerino - Tannat - 2005

A família Motter desembarcou no Brasil em 1880. Deixaram a propriedade na cidade de Tenna, Itália, para buscar no país de clima quente, poucos impostos e fartura nas terras, o sonho de uma vida melhor. Quando Valentino e Giudita Motter chegaram com seus cindo filhos não encontraram exatamente o que esperavam. Porém com muita determinação e trabalho duro, cultivaram nas terras de relevo acidentado os primeiros parrerais. O cultivo da uva e a produção de vinhos passou de geração em geração. Guerino, neto de Valentino, em 1979 fundou a Vinícula Casa Motter. A união entre tradição e tecnologia parece ser uma excelente fórmula para produzir rótulos de qualidade.

Na taça mostrou bela cor vermelho grená com absoluta limpidez. No nariz é inicialmente discreto e delicado lembrando framboesa. Com corpo médio, leve adstringência e álcool no limite mostrou um conjunto muito equilibrado.
Duas considerações finais: a safra 2005 realmente foi excepcional e a tranquilidade com que esse vinho "descansou" durante cinco anos. Parece estar em sua melhor forma para o consumo pois apresenta um halo aquoso bastante desenvolvido.
Dificilmente encontramos um custo-benefício tão grande em um tinto nacionaL. Seu preço é de R$20.

A indicação desse vinho foi do Izaias, sócio da Adega Malbec, sommelier e conhecedor de vinhos a dezenove anos.

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domingo, 29 de agosto de 2010

Lote 43 - Cabernet Sauvignon/Merlot - 2005


Nestes últimos meses tenho bebido uma quantidade razoável de rótulos nacionais. Certamente minha visita a Serra Gaúcha colaborou para essa fase. Durante o passeio para conhecer algumas vinícolas adquiri vinhos que dificilmente compraria nas prateleiras dos supermercados. Diante das opções de excelentes chilenos e argentinos o fator preço fala mais alto. De qualqter forma já havia ficado bastante impressionado com a qualidade do RAR 2005 (relembre) e agora com o Lote 43 veio a confirmação de que temos ótimos tintos nacionais.

O clima seco que predominou na região da serra em 2005 aliado a boas amplitudes térmicas (calor durante o dia e frio a noite), contribuiu para a alta concentração de açúcar durante o período de maturação das uvas. Estas condições propiciam vinhos com aromas acentuados e boa graduação alcoolica, fazendo desta safra uma das melhores dos últimos anos.
O Lote 43 faz homenagem a terra recebida por Giuseppe Miolo, patriarca da família, durante a colonização italiana na região. É produzido somente em safras excepcionais e poderiamos tranquilamente aplicar o conceito "Cru" a esta produção. Na França, este termo tem vários significados de acordo com as regiões produtoras, porém sua essência é a mesma: indicar uma propriedade ou vinhedo específico com aptidão para produzir um vinho de carcterísticas originais e absolutamente particulares. Este corte de Cabernet Sauvignon e Merlot passa 12 meses em barricas novas de carvalho americano (70%) e carvalho francês (30%) separadamente. Após esse período é feito o corte (assemblage) de 50% CS e 50% merlot. É engarrafado sem filtragem para garantir as características plenas do vinho e permanece descansando nas caves por pelo menos mais um ano.

Nas caves a Miolo demonstra ótima estrutura e muito cuidado com seus vinhos.

Este é o tipo de vinho que precisa ser decantado por pelo menos uma hora antes de ser servido. Após transferir o conteúdo para um decanter, executei uma primeira degustação para avaliar sua evolução após aberto. Mostrou-se bastante fechado e com alcool em evidência. Parecia muito mal-humorado por ter sido acordado tão cedo. Certamente esse vinho aguentaria mais alguns anos de guarda.
O tempo de arejamento do vinho foi suficiente para o preparo do risoto de gorgonzola com pera (receita abaixo). Este delicioso prato tem sua maior qualidade na contraposição de sabores dos seus principais ingredientes. Certamente foi uma ótima escolha de acompanhamento.

Novamente na taça, para a degustação definitiva, mostrou-se muito mais receptivo e seu bouquet agora aberto. Possui cor rubi escura, fechada, pouca transparência. No nariz predomina carvalho, tabaco e baunilha. No paladar mostrou-se bem estruturado e com taninos firmes porém com leve adstringência, caracteristica da região. Tem nota picante e boa persistêcia. Não é um vinho macio e sim intenso, marcante e com final de boca prolongado.
Comprei na loja da Miolo por R$78.


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Risoto de Gorgonzola e Pêra

Ingredientes
2 xícaras (chá) de arroz arbóreo 5 colheres (sopa) de queijo gorgonzola
2 colheres (sopa) de azeite de oliva
1 colher (sopa) de manteiga
1/2 cebola picada
1 xícara (chá) de vinho branco seco
1 1/2 l de caldo de legumes
2 peras
queijo parmesão ralado a gosto

Modo de Preparo
1. Leve uma panela com o caldo ao fogo alto. Quando ferver, abaixe o fogo para o mínimo possível.
2. Descasque as peras e corte-as em cubos de 1 cm espessura.
3. Numa panela, acrescente o azeite e leve ao fogo baixo. Quando estiver quente, coloque a cebola picada e mexa bem por cerca de 4 minutos ou até que fique transparente.
4. Aumente o fogo e acrescente o arroz. Refogue por 2 minutos, mexendo sempre.
5. Adicione o vinho e misture bem até evaporar.
6. Quando o vinho secar, coloque uma concha do caldo e mexa sem parar. Quando secar, adicione outra concha e repita a operação durante 15 minutos, sempre em fogo alto.
7. Acrescente o queijo gorgonzola e as peras escorridas à panela do risoto e misture bem.
8. Verifique o ponto: o risoto deve ser cremoso, mas os grãos de arroz devem estar al dente, ou seja, um pouco durinhos. Porém, se ainda estiver muito cru, continue cozinhando por mais 1 minuto. Se for necessário, junte um pouco mais de caldo e mexa bem. Na última adição de caldo, não deixe secar completamente ou o resultado será um risoto ressecado.
9. Desligue o fogo, acrescente a manteiga sem misturar e tampe a panela.
10.Divida em quatro pratos e polvilhe com o queijo parmesão, cerca de 1 colher (sopa) por prato. Sirva imediatamente.

Nota: Não é necessário temperar com sal, pois os queijos e o caldo de galinha já são bem salgados.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Durigan - Reserva - Cabernet Sauvignon - 2008

Minha pouca experiência no ..::Mundo Vitis::.. obrigou-me a ser bastante flexível com alguns rótulos. A dificuldade, muitas vezes por falta de parâmetros e bagagem, está em definir o que é "diferente" do que podemos chamar de ruim. Para um enófilo como eu, afirmar que um vinho não é bom está baseado em condições absolutamente pessoais.
Após um ótimo almoço em Santa Felicidade resolvi passar na Durigan para experimentar alguns vinhos (no mesmo dia visitei a loja da Vinícula Campo Largo, relembre).
O atendimento na Durigan foi impecável. Todos os profissionais foram sipáticos e demonstraram ótimo conhecimento dos produtos. O edifício tem estilo rústico e, sendo ponto turístico importante da cidade, demonstra preocupação com acessibilidade, higiene e segurança. Vale uma visita. Experimentei vários vinhos e adquiri o Reserva Cabernet Sauvignon por R$20 para uma degustação criteriosa e mais tranquila.
Na taça mostrou cor rubi muito escura, sem transparência e certa turbidez. O aroma demonstrou mais qualidades em relação a análise visual. Chocolate e baunilha ficaram bastante evidentes, além de frutas muito maduras, característica marcante da CS. O aroma prometia mas o paladar não entregou: alta acidez e adstringência excessiva desmontaram toda a análise sensorial. O retrogosto amargo e pouco persistente encerrou minha experimentação. Para meu gosto pessoal o vinho não agradou.

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sábado, 14 de agosto de 2010

Michele Carraro - Barbera Piemonte - 2005

Estamos comemorando o aniversário de minha sogra passando o final de semana na pousada Villa Passaredo, em Tijucas do Sul, município distante 40km de Curitiba. O sábado foi ótimo e o clima colaborou bastante. O pessoal foi relaxar na hidromassagem e eu fiquei encarregado de fazer o Felipinho dormir. Aproveitei a oportunidade para degustar com calma o rótulo que trouxe de minha viagem a Bento Gonçalves/RS.
A Barbera Piemonte é uma variedade de uva italiana conhecida por sua alta acidez, taninos amenos e baixo teor alcoolico. Amadurece relativamente tarde e tem boa adaptação a climas quentes. Encontrei referencias na web que além da Itália é cultivada nos EUA, Grécia, Austrália, Israel e Romênia. No Brasil estava praticamente extinta desde a década de setenta e foi resgatada no Vale dos Vinhedos, na Serra Gaúcha, recentemente.

Este exemplar é a linha Michele Carraro da Vinhos Reserva da Cantina, estabelecida em Bento Gonçalves. Foram produzidas pouco mais de 2.000 garrafas com a safra 2005. Possui cor rubi intensa com pouco brilho. O aroma é de frutas negras muito maduras e bastante couro. No paladar é rústico e intenso. Encorpado e com estrutura envolvente pode acompanhar muito bem antepastos, queijos tipo roquefort e gorgonzola, embutidos e defumados. Por esta garrafa paguei R$24.


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segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Miolo - RAR - Cabernet Sauvignon/Merlot - 2005

O melhor vinho nacional que eu já experimentei.
As uvas deste rótulo são cultivadas em Muitos Capões, região dos Campos de Cima da Serra, uma das regiões produtoras mais firas e com maior altitude no Brasil, cerca de mil metros. Os vinhedos são de propriedade de Raul Anselmo Randon que, por não possuir uma vinícula instalada na região, encaminha as uvas para a Miolo, no Vale dos Vinhedos, onde o vinho é elaborado. As uvas são selecionadas manualmente em esteira de triagem e desengaçadas mecanicamente. Os vinhos de Cabernet Sauvignon e Merlot passam por barricas de carvalho americano separadamente cerca de 10 meses. Após engarrafado permanece nas caves da Miolo mais um ano envelhecendo na própria garrafa.

Na taça mostrou cor rubi intensa e opaca. O aroma com frutas vermelhas maduras e muita madeira, além de algo tostado. Seco, potente e encorpado. Possui a típica adstringência e o retro-gosto levemente amargo do tintos da Serra Gaúcha. O final é bastante prolongado e intenso.
Na minha modesta opinião o defeito deste vinho fica por conta do preço: adquiri na visita a Miolo por R$60.


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quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Dom Cândido - Gamay - 2010

Este é o primeiro post específico sobre vinho após meu retorno da Serra Gaúcha. Durante quatro dias foram muitas vinículas visitadas e vinhos degustados. Agora, voltando a velha e boa rotina, escolhi um rótulo bastante particular para reiniciar os comentários.

Produzido pela Dom Cândido Vinhos Finos, que tem seus vinhedos em Bento Gonçalves aliando a tradição as modernas técnicas enológicas, é feito com 100% de uvas Gamay Beaujolais pelo método de "maceração carbônica". Consiste na técnica de vinificação onde os grãos não são esmagados e a maceração ocorre em um ambiente sem oxigênio. A fermentação é intramolecular (realizada dentro do grão) e teve sua origem em estudos de Luis Pasteur em 1872.
Sua coloração é um rubi com pouca intensidade, quase pálido. O aroma é muito particular e frutado. É possivel que tenha algo como morango ou banana. No paladar é muito leve. A indicação para ser bebido jovem e um pouco mais resfriado do que o normal é perfeita. O preço é de R$16.

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terça-feira, 15 de junho de 2010

Vapore 1888 - Merlot - 2008


Paradigma é uma referência, um exemplo ou um padrão que normalmente é colocado como verdade incontestável. O vinho tinto nacional não é bom.
A primeira grande barreira que enfrentei foi este (pré) conceito, que ficou ainda maior tratando-se de uma vinícula paranaense.
A Vinhos Campo Largo é uma das principais geradoras de arrecadação e empregos do município com mesmo nome, que fica a pouco mais de 20 quilômetros de Curitiba. Atualmente possui a maior capacidade de engarrafamento (envase) da América Latina com até 37.500 garrafas/hora e 20 milhões de litros de vinho comercializados por ano.
Sua história começa em 1888 quando a família Zanlorenzi desembarca no Brasil vinda da Itália. Porém, apenas em 1942 foi fundada a Zanlorenzi e Irmãos Ltda. Já com a razão social alterada para Vinhos Campo Largo, em 2002 lança o Vinho do Avô comemorando seus 60 anos. Em 2005 inaugura sua loja em Santa Felicidade e lança no mercado sua linha de vinhos finos: Baccio e Vapore. Este último lançado com a uva Cabernet Sauvignon e premiado no 16o. Vino Forum 2007 na República Tcheca.

Em minha visita a bela loja no bairro gastronômico de Curitiba fui informado que o rótulo com a Cabernet Sauvignon não existe mais em estoque. Experimentei seu substituto, o Merlot 2008 e resolvi comprar. Não posso usar a palavra "degustei" pois a pequena porção de vinho foi servido em um copinho plástico. Coloquei este item como detalhe negativo em e-mail encaminhado a vinícula (publicarei a resposta neste post).

Fachada da bela loja em Santa Felicidade, bairro gastronômico tradicional de Curitiba.


O vinho na taça mostrou rubi intenso, pouca transparência e boa formação de lágrimas. Aroma de frutas vermelhas maduras. Taninos equilibrados e boa acidez. O final não é tão longo e acredito que seja um ponto positivo, deixando o vinho fácil de beber. Custa R$16.
Como bom "bicho do paraná" que sou, pretendo divulgar esse rótulo aos amigos.


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quinta-feira, 27 de maio de 2010

Viel - Isabel - 2004

Meu inoxidável amigo Julio Cesar trouxe de sua terra mater Chapecó, a capital do oeste catarinense, uma garrafa de vinho da Adega Viel.
O site do produtor é uma loja virtual, com toda a linha de produtos, preços e possibilidade de compras on-line. Muito bacana, ficou devendo apenas informações institucionais sobre a empresa.
Foi uma experiência interessante, pois havia muitos anos que não tomava um vinho de mesa, principalmente proveniente de uma uva bastante rústica como a Isabel. Espécie de origem americana com alta produtividade, vigorosa e de extrema resistência, foi uma das primeiras cepas introduzidas no Brasil. Outra peculiaridade é que além da produção de vinho e suco, pode ser consumida in natura.
A cor violeta intenso e aroma foxado (mais evidente em uvas não viníferas) são as características que predominam. Não é exatamente um vinho macio, mas com apenas 11,4% de graduação alcólica é fácil de beber.
Fiquei curioso quanto a linha Cabernet Sauvignon e vou aguardar, quem sabe, outro presente do grande amigo.

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Tinto - Nacional