122. Lakeview - Icewine Vidal - 2008

Esta garrafa trouxe de nossa viagem para Toronto e foi presente para o campadre Anderson.

Atualmente o Canadá é o maior produtor do mundo de Icewine. É um vinho produzido em regiões muito frias como a Austria e Alemanha, onde recebe o nome de Eiswein. As uvas são colhidas e prensadas ainda congeladas provocando grande concentração de açúcar no mosto. No site da Lakeview encontrei a indicação de uma boa colheita para a safra de 2008 com razoável precipitação de chuva no verão. Com a chegada de setembro o tempo seco e a queda brusca de temperatura favoreceram a maturação dos frutos. Já no final de dezembro, com temperaturas na casa dos -10 graus as uvas são colhidas. O vinho fermenta por dois meses a frio e depois descansa em tanques de aço inox por mais oito meses, somente após isso é filtrado e engarrafado.

Servido gelado, entre 11 e 13 graus pode acompanhar sobremesas ou até mesmo queijos conhecidos como de tipo azul (Roquefort, Gorgonzola, azul de Maytag e Stilton). Seu aroma é bastante sutil e lembra mel e talvez pêssego. Na boca é intenso, licoroso, bastante adocicado. Possui uma acidez destacada e diferente, provocando salivação similar aquela gerada por brancos secos. Certamente um apreciador de vinhos deve experimentar este saboroso néctar pelo menos uma vez.

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Lakeview - Icewine Vidal - 2008

104. PIW - Cabernet Franc- VQA - 2009

Este foi o quinto e último vinho que tomei em Toronto. Na bagagem de volta para o Brasil trouxe apenas uma garrafa de icewine, que é sem dúvida alguma o grande ícone dos vinhos canadenses.

A Pelee Island Winery é uma vinícola muito moderna estabelecida na ilha de mesmo nome.

Atualmente exporta para Bélgica, China, Taiwan e Estados Unidos. Possui um manejo sustentável e adota práticas orgânicas em seus vinhedos. Uma curiosidade interessante é que a ilha está localizada na mesma latitude de grandes regiões vinícolas da Europa (Portugal, Espanha, Alemanha e Itália). Também possui forte apelo turístico com vários parques, pistas para ciclismo, pesca, museu, ruinas históricas e até praias naturalistas.

Este rótulo canadense é composto por 85% de Cabernet Franc e 15% de gamay noir, formando uma mistura bastante elegante e agradável. Possui uma coloração cereja muito brilhante mas com pouca transparência. Não é dos mais aromáticos e mostrou-se bastante fechado durante todo o tempo. Na boca é firme, seco, tânico e causa surpresa pois no olfato não é possível perceber estas características.

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PIW - Cabernet Franc- VQA - 2009

103. Hillebrand - Gewurztraminer - VQA -2009

A Hillebrand Winery é a típica vinícola moderna que eu gostaria de ter conhecido em nossa passagem por Niagara-on-the-Lake. Jovem, com pouco mais de 30 anos, tem suas atividades vitivinícolas sempre associadas a eventos de arte como shows de música, exposições de pinturas, promove artistas locais, etc. Seu site possui uma extensa agenda de eventos enogastronômicos onde as imagens do restaurante despertam a curiosidade.

Nunca imaginei que o primeiro rótulo de Gewurztraminer do blog seria do Canadá. Esta uva de origem francesa (região da Alsácia) atualmente está mais difundida na Áustria, Nova Zelândia, Chile e Alemanha.

Sua coloração e de um amarelo pálido, muito brilhante. O aroma lembra algum tipo de flor, talvez rosas. Na boca é interessante porque apesar de muito frescor, deixa um sabor picante e prolongado. O detalhe importante deste vinho é sua baixa acidez que o torna pouco gastronômico. Porém, ótimo para ser bebido durante um papo descontraído e quem sabe com algum acepipe não muito condimentado. Comprei na rede LCBO por CA$12.

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Hillebrand - Gewurztraminer - VQA -2009

102. Kitling Ridge - Zinfandel-Vidal - Rosé

Continuando nossa série de vinhos canadenses, onde já passaram um ótimo meritage e um Baco Noir muito agradável, vou comentar sobre um representante rose.

A Kitling Ridge Estate Wines & Spirits é reconhecida pela grande variedade de produtos que vão do whisky, Vodka, Brandy, Rum (destilaria) até o vinho (adega). Está situada no ponto mais alto de uma escarpa ao sul do lago Ontário que, na primavera, é ponto de migração de falcões e águias. Estes pássaros usam as correntes de ar quente para planar e ganhar altitude, este movimento e conhecido como "kitling".

Este rótulo, que também comprei na loja LCBO no subway próximo a estação da King, é produzido a partir de duas variedades de uva: a Zinfandel e a Vidal. O processo de fabricação do vinho rosé consiste basicamente em deixar as cascas da uva por um menor período de tempo em contato com o mosto prensado.

É um vinho muito alegre e refrescante. Fácil de beber e certamente agrada a vários gostos. O site até sugere a mistura com refrigerante gelado (!). Deixando a empolgação do produtor de lado, é realmente um vinho estilo "água com açúcar" e não apresenta muitas qualidades para analisar. Sua acidez é moderada e o aroma muito sutil. Custou CA$11 (cerca de R$19).

Eu e a Karla compramos e depois bebemos este vinho no mesmo dia em que visitamos o Royal Ontario Museum.

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101. 20 Bees - Baco Noir - 2008

Este foi o segundo vinho que experimentamos durante nossa visita a Toronto.

Comprei em uma das muitas lojas LCBO espalhadas pela cidade. No Canadá existe um rigoroso sistema de controle na venda de bebidas alcoólicas e apenas as lojas credenciadas podem comercializar. A LCBO (Liquor Control Board of Ontario) é o grande monopólio na venda de vinho, porém existem outras redes menores como a Wine Rack e a WinerytoHome, ambas com maior foco na venda on-line. Outro detalhe curioso é a proibição de consumir bebidas alcoólicas em vias públicas. Beber aquela cervejinha sentado no banco da praça conversando com os amigos... sem chance.

A uva Baco Noir é um cruzamento das espécies Folle Blanche e Vitis Riparia, seu nome é uma homenagem a seu criador François Baco. Atualmente é encontrada com mais facilidade no Canadá e Estados Unidos.

A vinícola 20 Bees está localizada nas proximidades da pequena e simpática cidade de Niagara-on-the-Lake. Coincidentemente no dia em que fomos visitar Niagara Falls nosso ônibus parou na boutique da 20 Bees.

Apresentou coloração cereja e pouca transparência.

O aroma lembra uva passa, terra e algum tipo de resina vegetal (cedro!). Na boca trouxe frutas escuras, boa acidez e taninos redondos. Corpo médio e final curto. Apesar da indicação de passagem por madeira (carvalho frances e americano por 6 meses) ela é quase imperceptível.

É um vinho com ótimo preço (CA$12) e fácil de beber.

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100. Magnotta Meritage Limited Edition VQA - 2007

No meu primeiro dia em Toronto, minha guia turística particular sugeriu a visita a CN Tower.

A Karla já sabia como chegar até a torre, os preços e todas as informações necessárias para que tudo acontecesse sem problemas. Os quase 600 metros de altura e a vista total da cidade realmente impressionam. Como havia passado um pouco do horário do almoço e o Felipinho estava impaciente, resolvemos comer uma massa no restaurante Horizonte. Grande oportunidade para experimentar um vinho nacional (canadense). A carta de vinhos era bastante variada e as opções em taça chamaram minha atenção. Escolhi então um meritage VQA 2007 ao preço de CA$13,75.

Primeiro é importante escrever sobre o termo meritage que é utilizado basicamente para identificar um vinho assemblage composto por duas ou mais uvas como a Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc, Malbec, Petit Verdot ou Carmenère. Nosso vinho em questão é produzido com as três primeiras cepas citadas.

Outro termo ou sigla que será comum nas próximas postagens é o VQA. Significa Vintness Quality Alliance e indica que o vinho foi produzido dentro de padrões de qualidade, rigorosamente controlados e com uvas cultivadas na British Columbia.

A Magnotta Winery é a terceira maior produtora da região de Ontário e uma das mais premiadas do Canadá. É uma vinicola relativamente nova que exporta para a China, Taiwan e Estados Unidos. Possui um empreendimento internacional no Vale Maipo (Chile) e costuma estampar os rótulos de seus produtos com trabalhos de artístas locais.

O Magnotta Meritage mostrou-se bastante agradável. Pouco corpo, leve e despretencioso. Não é dos mais aromáticos e as notas de vanila é que se destacam. Confesso que a análise sensorial do vinho ficou em segundo plano e o almoço nas alturas com a família é que ficou gravado em minha memória.

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Magnotta Meritage Limited Edition VQA - 2007