156. La Mission - Cabernet Sauvignon Reserva - 2008

Já comentei outras vezes sobre o uso da madeira na produção de vinhos. A passagem por barricas confere mais suavidade, elegância e equilíbrio, além de conferir aromas e sabores característicos. O carvalho Francês, o americano e o do leste europeu são os mais utilizados. Basicamente no estagio por madeira são verificados três eventos: o álcool e a água evaporam atravéz da madeira, o oxigênio que penetra vagarosamente na barrica reage com o vinho e substâncias são extraídas da madeira e passam para o vinho (cor, aroma e sabor). Outro detalhe importante é a"tosta" da barrica durante sua fabricação. Antes de ser utilizada ela é "tostada" por dentro, este procedimento agregada ainda outras características como baunilha, defumado, cravo, aumentando a complexidade aromática do vinho. A barrica pode ter vários tamanhos, porém o mais utilizado é o padrão bordalês de 225 litros. Alguns produtores de vinho utilizam, ao invéz das barricas, chips (lascas) de carvalho na fabricação do vinho. Já postei um sul-africano que é feito com esta técnica (relembre). Particularmente acredito que o excesso no uso da madeira pode tirar algumas características do vinho como sua frutosidade e frescor.

Este La Mission é um clássico exemplo do exagero no uso do carvalho. Com indicação de oito meses de estágio em barricas, sem indicar a proporção, logo que é aberto a primeira nota aromática é a madeira. Produzido no Vale do Maipo com 86% de Cabernet Sauvignon e 14% Cabernet Franc mostrou cor muito profunda e fechada na taça. Após alguma aeração, embaixo da madeira é possível peceber baunilha e ameixa. Na boca é sedoso e macio, mas com o carvalho também em destaque. Médio corpo e persisência. Não vou indicar este excesso como defeito e sim como um estilo de fabricação, pois certamente tem seus adminiradores e seguidores.

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