Abrindo esta garrafa lembrei de algumas informações interessantes sobre seu fechamento. Atualmente existem três principais modelos para vedação das garrafas de vinho: a rolha de cortiça, a sintética e a tampa rosqueável. A primeira ainda é a mais utilizada e que na minha opinião retrata com mais fidelidade o glamour do vinho.
No caso das sintéticas vejo alguns benefícios: não perde o charme do serviço com o saca-rolhas, não danifica o vinho com fungos (TCA) e é menos agressiva ao meio ambiente. Para a tampa rosqueável ou screwcap resta a facilidade e praticidade para abrir e fechar a garrafa.
A cortiça da rolha tradicional é extraida de uma árvore chamada sobrero. Aproximadamente 50% da produção mundial vem de Portugal onde o sobrero é a segunda árvore mais presente em seu território, perdendo apenas para o pinheiro. Teoricamente a cortiça ideal para produção de rolhas só pode ser extraída após o 43o. aniversário do sobrero, após isso as novas retiradas devem seguir intervalos de nove anos. Como esta árvore vive quase 200 anos são possíveis em torno de 16 colheitas para a produção de rolhas.
Aqui também lembrei de uma dica importante para todos nós iniciantes no mundo vitis: o ato de cheirar a rolha após retirá-la da garrafa serve apenas para identificar algum odor "rançoso" gerado pelo fungo tricloroanisole (TCA) que ataca a cortiça. Portanto, cheirar uma rolha sintética é um "mico" desnecessário.
Quanto ao Lavaque, que possui longa rolha de cortiça aglomerada, apresentou uma coloração rubi com boa limpidez e brilho. Chorou bastante nas paredes da taça, com lágrimas finas, rápidas e transparentes. No aroma destacou alguma fruta, especiarias e baunilha. Possui corpo médio. O retrogosto é agradável com toque amadeirado. Achei bem interessante que ao cheirar a taça após o término do vinho, mantém notas baunilhadas e tostadas que demonstram a passagem por madeira. Comprei na Adega Angeloni por R$15.
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