terça-feira, 17 de julho de 2012

214. Trapiche Broquel - Petit Verdot - 2006

Recebemos noite dessas nossos amigos Magnus, Heloisa e a pequena Malena em nossa casa. São aqueles visitantes que todos gostamos de receber pois não ligam se vamos servir um banquete ou fritar ovos. Gostam de bater papo, dar boas risadas, relembrar os velhos tempos, sem pressa, compromisso ou qualquer tipo de frescura. Apesar de nossos encontros não serem tão constantes, somos amigos antigos e o clima é sempre de descontração. O Magnus é o tipo cidadão do mundo, morou fora do país, fez carreira como professor, ingles fluente, sempre antenado e atualizado nos mais diversos assuntos. Tai um cara que gosto de conversar, tanto para adquirir cultura geral quanto uma opinião sempre muito direta sobre assuntos importantes. Nesta noite em que a pizza já estava marcada, eu fiquei responsável pelos acepipes e ele pelo vinho. Mandou muito bem com este Trapiche Broquel - Petit Verdot, primeiro por ter saído dos vinhos tradicionais: CyT, Santa Carolina, Santa Helena, etc, e segundo por ter escolhido uma uva muito específica que não é normalmente encontrada nas prateleiras das adegas. Este é o tipo de rótulo que um apreciador de vinhos espera ganhar de presente. Valeu camarada!
Normalmente a Petit Verdot é utilizada em cortes com outras castas para agregar maior estrutura e força, além de aromas frutados e de compotas negras. Seu nome é uma referência a sua maturação muito tardia e que algumas vezes causa desenvolvimento pouco uniforme nos frutos. Normalmente quando utilizada sozinha (varietal) produz vinhos de muita potência e algumas vezes rusticidade.
Confirmando este histórico, o Broquel apresentou na taça cor escura, densa, com profundo vermelho em tons de púrpura. Ótimo brilho porém pouquíssima transparência, indicando grande corpo. Aroma trazendo notas de cassis e compota de ameixas negras. Ao fundo notas esfumaçadas de baunilha e tabaco. No paladar é firme e ao mesmo tempo elegante, boa textura, com taninos calmos mas muito presentes. Trouxe ainda no final de boca, além do toque tostado do carvalho, algum tempero escuro ou casca de fruta seca que não consegui identificar. A potencia do conjunto se completa com seus 14% de alcool, sem comprometer ou ressaltar sobre suas qualidades. Um vinho muito bem elaborado que ouso dizer que bebemos em seu ponto ideal de consumo (6 anos).


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