Este é o terceiro rótulo australiano do Mundo Vitis e vou passar mais algumas informações sobre a terra dos cangurus. Nos últimos anos a Austrália se mantem sempre entre os doze maiores produtores mundiais de vinhos com cerca de 900 vinícolas distribuídas por toda a extensão de seu território, principalmente sul e sudeste. Inicialmente a cepa mais difundida era a Cabernet Sauvignon, mas com o passar dos anos a Shiraz ganhou destaque e atualmente é o ícone nacional. O clima australiano em virtude das dimensões "continentais" é bastante variado, porém parte de duas características básicas: ao Sul possui chuvas no inverno e primavera, com temperaturas entre 25o e 35o com pouca influência marítima; e no restante do território chuvas intensas, temperaturas e umidade bastante elevados.
A vinícola Angove Family foi fundada em 1886 pelo médico inglês Willian Thomas Angove. No início dos anos 50 a Adega sofreu uma total remodelação e passou a produzir também vinhos premium. Atualmente exporta para mais de 30 países sendo uma das maiores produtoras de vinhos do sul da Austrália. A linha Bear Crossing foi desenvolvida especialmente para auxiliar a AKF (Australian Koala Foundation) na preservação dos coalas selvagens. As uvas foram produzidas na região de Riverland, talvez a maior região vinícola do país, que possui clima especialmente quente, pouco chuvoso e com solo de calcário e argila vermelha. Com estas características de terroir associadas as técnicas de irrigação, poda e controle da produção, os frutos possuem qualidade excepcional com grande quantidade de polpa e açúcar.
Na taça mostra cor granada fechada e carrancuda, demosntrando visulamente bastante corpo. Nos aromas muita fruta madura como ameixas e amoras, com algumas notas mais vegetais como pimentão. O álcool que não é tão exagerado no olfato atinge o palato de forma bem agressiva, causando aquela sensação de "calor" na boca e vias aéreas. Independente desta característica quente os taninos são macios e a acidez bastante controlada. Se este vinho tem passagem por madeira é bastante discreta pois não pude perceber nenhuma nota mais característica. Tenho certeza que os 14,5% de álcool desequilibram um pouco o conjunto, mas de qualquer forma o antepasto de berinjela que preparei para acompanhá-lo deu conta do recado. A Karla e o compadre Adriano aprovaram a combinação. Abaixo a receita deste fácil e rápido aperitivo.
Antepasto (vapt-vupt) de Berinjela
- 02 berinjelas
- 1/2 pimentão amarelo
- 1/2 pimentão vermelho
- 01 cebola média
- 04 dentes de alho
- Azeitonas pretas
- Uva passa branca
- Amendoim torrado sem casca
- Azeite de oliva
- Oregano e pimenta preta
... Descasque as berinjelas e corte em fatias bem fininhas no sentido do comprimento.
Acomode as tiras em um escorredor de macarrão intercalando com camadas de sal.
Este seria o processo mais demorado pois quanto mais tempo a berinjela ficar no escorredor, mais água vai soltar. Após isso lave bem as tiras em água corrente. Em um pano limpo coloque a berinjela e esprema até tirar todo excesso de água.
Em uma panela aqueça o azeite para dourar a cebola e os dentes de alho. Acrescente o pimentão também cortado em tiras fininhas e refogue até ficar cozido. Acrescente a berinjela para uma leve refogada, as azeitonas, a uva passa, o amendoim, o orégano e a pimenta preta.
Deixe esfriar um pouco e acomode em um vidro ou pote regando com azeite.
Importante: se for guardar no refrigerador toda a berinjela deve ficar imersa no azeite para não estragar.
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