domingo, 29 de agosto de 2010

Lote 43 - Cabernet Sauvignon/Merlot - 2005


Nestes últimos meses tenho bebido uma quantidade razoável de rótulos nacionais. Certamente minha visita a Serra Gaúcha colaborou para essa fase. Durante o passeio para conhecer algumas vinícolas adquiri vinhos que dificilmente compraria nas prateleiras dos supermercados. Diante das opções de excelentes chilenos e argentinos o fator preço fala mais alto. De qualqter forma já havia ficado bastante impressionado com a qualidade do RAR 2005 (relembre) e agora com o Lote 43 veio a confirmação de que temos ótimos tintos nacionais.

O clima seco que predominou na região da serra em 2005 aliado a boas amplitudes térmicas (calor durante o dia e frio a noite), contribuiu para a alta concentração de açúcar durante o período de maturação das uvas. Estas condições propiciam vinhos com aromas acentuados e boa graduação alcoolica, fazendo desta safra uma das melhores dos últimos anos.
O Lote 43 faz homenagem a terra recebida por Giuseppe Miolo, patriarca da família, durante a colonização italiana na região. É produzido somente em safras excepcionais e poderiamos tranquilamente aplicar o conceito "Cru" a esta produção. Na França, este termo tem vários significados de acordo com as regiões produtoras, porém sua essência é a mesma: indicar uma propriedade ou vinhedo específico com aptidão para produzir um vinho de carcterísticas originais e absolutamente particulares. Este corte de Cabernet Sauvignon e Merlot passa 12 meses em barricas novas de carvalho americano (70%) e carvalho francês (30%) separadamente. Após esse período é feito o corte (assemblage) de 50% CS e 50% merlot. É engarrafado sem filtragem para garantir as características plenas do vinho e permanece descansando nas caves por pelo menos mais um ano.

Nas caves a Miolo demonstra ótima estrutura e muito cuidado com seus vinhos.

Este é o tipo de vinho que precisa ser decantado por pelo menos uma hora antes de ser servido. Após transferir o conteúdo para um decanter, executei uma primeira degustação para avaliar sua evolução após aberto. Mostrou-se bastante fechado e com alcool em evidência. Parecia muito mal-humorado por ter sido acordado tão cedo. Certamente esse vinho aguentaria mais alguns anos de guarda.
O tempo de arejamento do vinho foi suficiente para o preparo do risoto de gorgonzola com pera (receita abaixo). Este delicioso prato tem sua maior qualidade na contraposição de sabores dos seus principais ingredientes. Certamente foi uma ótima escolha de acompanhamento.

Novamente na taça, para a degustação definitiva, mostrou-se muito mais receptivo e seu bouquet agora aberto. Possui cor rubi escura, fechada, pouca transparência. No nariz predomina carvalho, tabaco e baunilha. No paladar mostrou-se bem estruturado e com taninos firmes porém com leve adstringência, caracteristica da região. Tem nota picante e boa persistêcia. Não é um vinho macio e sim intenso, marcante e com final de boca prolongado.
Comprei na loja da Miolo por R$78.


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Risoto de Gorgonzola e Pêra

Ingredientes
2 xícaras (chá) de arroz arbóreo 5 colheres (sopa) de queijo gorgonzola
2 colheres (sopa) de azeite de oliva
1 colher (sopa) de manteiga
1/2 cebola picada
1 xícara (chá) de vinho branco seco
1 1/2 l de caldo de legumes
2 peras
queijo parmesão ralado a gosto

Modo de Preparo
1. Leve uma panela com o caldo ao fogo alto. Quando ferver, abaixe o fogo para o mínimo possível.
2. Descasque as peras e corte-as em cubos de 1 cm espessura.
3. Numa panela, acrescente o azeite e leve ao fogo baixo. Quando estiver quente, coloque a cebola picada e mexa bem por cerca de 4 minutos ou até que fique transparente.
4. Aumente o fogo e acrescente o arroz. Refogue por 2 minutos, mexendo sempre.
5. Adicione o vinho e misture bem até evaporar.
6. Quando o vinho secar, coloque uma concha do caldo e mexa sem parar. Quando secar, adicione outra concha e repita a operação durante 15 minutos, sempre em fogo alto.
7. Acrescente o queijo gorgonzola e as peras escorridas à panela do risoto e misture bem.
8. Verifique o ponto: o risoto deve ser cremoso, mas os grãos de arroz devem estar al dente, ou seja, um pouco durinhos. Porém, se ainda estiver muito cru, continue cozinhando por mais 1 minuto. Se for necessário, junte um pouco mais de caldo e mexa bem. Na última adição de caldo, não deixe secar completamente ou o resultado será um risoto ressecado.
9. Desligue o fogo, acrescente a manteiga sem misturar e tampe a panela.
10.Divida em quatro pratos e polvilhe com o queijo parmesão, cerca de 1 colher (sopa) por prato. Sirva imediatamente.

Nota: Não é necessário temperar com sal, pois os queijos e o caldo de galinha já são bem salgados.

2 comentários:

  1. Não tinha idéia da qualidade dos vinhos nacionais. Boa surpresa desde que voltou com alguns exemplares para degustarmos. Pesquisa aí pra mim o Angelica Catena que degustei dias desses.

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  2. Grande camarada!
    Eu também fiquei positivamente surpreso com o vinho tinto nacional. Quanto ao Angelica (Malbec?) representa dignamente os produtos da Catena Zapata. Infelizmente sao vinhos com uma linha de preco relativamente alta.
    Abraco.
    Roger

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