Beberiquei este vinho com meu grande amigo Julio. Entre uma taça e outra relembramos momentos engraçados e pitorescos nas duas oportunidades que trabalhamos juntos. Em uma destas memoráveis desventuras em nossos clientes conhecemos uma jovem senhora que carinhosamente apelidamos de "Pangeia". Responsável pelo setor financeiro, a famosa tesoureira, carregava uma história de mais de 20 anos na empresa. Muito metódica e sistemática cumpria suas rotinas e horários de forma criteriosa. Uma pessoa comum, simples e discreta, que passaria desapercebida se não fosse pelo pacote de presente que diariamente carregava consigo. Entrava na empresa logo cedo, carregando a bonita embalagem de papel colorido amarrado com uma fita azul. No final do expediente ela cumpria o mesmo ritual e passava pela portaria com seu belo embrulho. Depois de discutirmos muito sobre este caso, eu e o camarada Julio, concluimos que era tão óbvio que ela carregava o dinheiro da empresa na caixa, que ninguém em sã conciência faria esta suposição. Certamente esta estratégia era para driblar possíveis investidas criminosas noturnas ao cofre da empresa. Ficamos no cliente durante um mês e a rotina da simpática "Pangeia" permaneceu imutável.
Quanto ao vinho é bastante simples e representa bem a Cabernet Sauvignon com suas características notas vegetais. É jovem e frutado, sem complexidade, leve, fresco e não parece ter maior capacidade de guarda. Certamente deve ser bebido em até 3 anos e sempre na temperatura entre 16 e 18 graus. Inicialmente o alcool ficou em destaque mas logo integrou-se ao conjunto. Médio corpo, boa acidez e retrogosto curto. O preço foi outro ponto que não decepcionou, paguei R$13 no Supermercado Mercadorama em Curitiba.
Já contei um pouco da história desta vinícola aqui no blog (relembre) e também destaquei alguns rótulos como os tintos Organico Plus (relembre) e o Gran Reserva (relembre).
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